segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mudanças à mesa: 15 alimentos na mira do aquecimento global


Estudo das Nações Unidas feito pelo Grupo Internacional de Consulta em Pesquisa Agrícola (CGIAR, na sigla em inglês) mostra como a elevação das temperaturas e as mudanças climáticas poderão afetar a produção das principais commodities agrícolas no mundo.

Vanessa Barbosa Exame.com - 05/11/2012





BananaA maior ameaça das mudanças climáticas para a produção de bananas é o aumento de surtos de pragas e doenças, principalmente nas terras altas da Uganda, Tanzânia, Burundi, Ruanda e Congo Oriental, países onde a fruta é sinônimo de segurança alimentar. Não só isso, a banana é altamente sensível à água disponível no solo. E essas regiões, que juntas abrigam comunidades pobres de mais de 30 milhões pessoas, são vulneráveis à falta de água, hoje um dos maiores desafios enfrentados pelos governos locais.Fonte Planeta Sustentávelhttp://planetasustentavel.abril.com.br/album/mudancas-climaticas

Sabia que a Holanda tem o maior número de bicicletas por habitante do mundo?

Sabia que a Holanda tem o maior número de bicicletas por habitante do mundo? Só a capital Amsterdã está investindo mais de U$72 mi para melhorar a infraestrutura para as magrelas, mas ainda assim o país sofre com congestionamentos causados por elas no trânsito. Dá para imaginar? http://abr.io/783A 
Fonte: Blog Planeta Urgente

sábado, 17 de novembro de 2012

Dica: Como fazer uma árvore de natal reutilizando garrafas PET

Quando o plástico é depositado em lixões, ele gera diversos problemas, um dos principais é a queima indevida e sem controle. Quando dispostos em aterros dificultam sua compactação e prejudicam a decomposição dos materiais biologicamente degradáveis, pois criam camadas impermeáveis que afetam as trocas de líquidos e gases gerados no processo de biodegradação da matéria orgânica.

Portanto, sua redução, remoção ou eliminação do lixo são uma das principais metas que devemos seguir. A separação de plásticos do restante do lixo traz uma série de benefícios à sociedade, como o aumento da vida útil dos aterros, geração de empregos, economia de energia, além disso, inúmeros objetos podem ser criados a partir da reutilização deste material.
Para ajudar a minimizar esse problema o CicloVivo ensina como fazer uma árvore de natal reutilizando garrafas PET.




Material
- Garrafas PET, de preferência na cor verde
- Um cabo de vassoura ou um galho de mesmo diâmetro
- Vela

- Fósforo
- Tesoura
- Faca
Método
1º passo: Recorte o fundo da garrafa. Para facilitar, faça o primeiro furo com o auxílio de uma faca. Em seguida faça cortes longitudinais (tiras), de mais ou menos dois centímetros de largura cada, até a curva da garrafa (em cima), próximo ao gargalo. Faça o mesmo nas outras garrafas. A quantidade escolhida dependerá do tamanho que a árvore terá.
2º passo: pegue a garrafa cortada, segure uma tira e passe na vela conforme indicado no vídeo, fazendo três marcas; em cada extremidade e no meio. Faça o mesmo procedimento em todas as tiras de todas as garrafas. O plástico vai ficar preto na parte queimada, mas para limpar basta passar um pano que sairá a sujeira.
3º passo: pegue um vaso com terra e finque o cabo de vassoura ou o galho. A seguir, coloque as garrafas no cabo, de ponta cabeça (pelo gargalo) até a altura desejada. Para dar um aspecto mais natural recorte as tiras para que as garrafas da base sejam maiores que as da ponta da árvore.

http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1563/dica_como_fazer_uma_arvore_de_natal_reutilizando_garrafas_pet/

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Marca brasileira comercializa cuecas de tecido reciclado

http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/5139

A empresa brasileira New Capitain é a primeira do país a produzir cuecas com material reaproveitado. As cuecas samba-canção são feitas a partir de garrafas PET reaproveitadas e restos de tecidos, que são transformados em uma nova matéria-prima.
O resultado final são peças feitas com um tecido de aparência rústica, mas que em nada deixa transparecer o fato de ser reciclado. As garrafas correspondem a 70% do material usado na fabricação das cuecas, enquanto o restante é proveniente dos retalhos reaproveitados.
Os restos das confecções são desfibrados para se transformarem em novos tecidos. Para isso, a empresa separa o material por cores e depois reconstrói tudo. O dono da empresa, Renato Adissi, caracteriza o processo como um “ciclo sem fim”, já que até mesmo os retalhos deste material são comercializados novamente.
Segundo ele, o processo sustentável é até mais caro que o adicional. No entanto, o empresário garante que os custos adicionais não são repassados aos consumidores, que pagarão R$78 por cada uma das cuecas recicladas.
A empresa, fundada em 2009 e especializada em vestuário masculino, agora aposta na consciência ambiental dos homens para comercializar a nova linha, que conta também com bermudas e camisetas feitas com o mesmo material das cuecas. As compras podem ser feitas através da loja virtual ou em pontos de revenda, a partir do dia cinco de julho. Com informações do G1.
Redação CicloVivo

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Presos pedalam para gerar energia e iluminar cidade de Minas

Os presos da cidade mineira Santa Rita do Sapucaí estão tendo a oportunidade de reduzirem suas penas desenvolvendo uma atividade sustentável.  Eles pedalam para gerar energia elétrica e assim ajudam a iluminar a região.

São apenas duas bicicletas em funcionamento. Os presos pedalam durante o dia inteiro, desta forma conseguem produzir energia suficiente para acender seis lâmpadas e iluminar uma das praças da cidade.
Por enquanto, as duas bikes ficam no pátio do presídio. Um aparelho localizado no guidão indica a hora de parar. A ideia do projeto é colocar pelo menos dez bicicletas no presídio e obter energia para iluminar uma avenida inteira.
O projeto é do juiz da cidade, José Henrique Mallmann. Através da internet, ele viu que a ideia das bikes que geram energia era aplicada com sucesso nas academias norte-americanas. Inicialmente, a ideia não foi tão bem recebida, mas logo os detentos aceitaram participar apesar de não serem obrigados a pedalar. Para os presos, há duplo beneficio: eles mantêm a forma e, o mais importante, cada 16 horas pedaladas representam um dia a menos na cadeia.
“Eles estão se sentido úteis pedalando. Eles estão ganhando remissão e produzindo energia, energia saudável. Hoje se fala muito em sustentabilidade”, afirmou o diretor do presídio, Gilson Rafael Silva, ao Jornal EPTV.
O Presídio de Santa Rita do Sapucaí tem 130 detentos. O mesmo juiz já implantou um sistema em que os detentos trabalham e parte dos salários que recebem é encaminhado às vítimas. No projeto atual, apenas os que cometeram pequenos roubos e furtos estão participando.
A instituição está aberta para receber doação de bicicletas, mesmo que os equipamentos não sejam novos. Com informações do G1.
http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/5103
Redação CicloVivo

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Aprenda a fazer uma horta em apenas um metro quadrado

Muitas pessoas que têm pouco espaço em casa acham que não é possível cultivar seus próprios alimentos. Mas, paisagistas ensinam que mesmo em pequenos ambientes é possível fazer hortas caseiras. Em 2011, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mostrou que 28% dos vegetais consumidos no Brasil possuem resíduos de agrotóxicos em níveis inaceitáveis. A alternativa então é cultivar seus próprios orgânicos, mesmo que o espaço seja pequeno. Hoje, o CicloVivo separou o sistema do SERPAR (Serviço de Parques de Lima, no Peru) que ensina a cultivar uma horta quase completa ocupando apenas um metro quadrado. Ideal para pequenos espaços, esta horta é cada vez mais popular entre os jardineiros urbanos. Ela é suficiente para o abastecimento diário de legumes de uma pessoa por um mês. Por ocupar um pequeno espaço, a horta permite que o cultivador alcance toda ela para plantar, regar e colher, sem que precise de muito esforço. Além disso, é possível trabalhar na horta ao nível da cintura, o que facilita o cultivo por deficientes físicos. Este sistema de cultivo é dividido entre quadrados e retângulos menores. Cada espaço tem um legume ou erva diferente. Veja quais alimentos você pode cultivar e suas categorias: Plantas pequenas: Rabanete, cenoura, cebola, espinafre, beterraba, alface e salsa. Plantas grandes: Repolho, brócolis, couve-flor, berinjela e pimentas. Plantas verticais: Tomate, pepino, vagem, ervilha e feijão.

domingo, 29 de abril de 2012

verdeconsciente: O início do fim das florestas

verdeconsciente: O início do fim das florestas

O início do fim das florestas

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/O-inicio-do-fim-das-florestas/
Hoje a Câmara dos Deputados mostrou o que quer: o fim das florestas no Brasil. Por 274 votos a 184, com duas abstenções, foi aprovada hoje a proposta que desfigura o Código Florestal. Hoje a Câmara dos Deputados mostrou o que quer: o fim das florestas no Brasil. Por 274 votos a 184, com duas abstenções, foi aprovada hoje a proposta que desfigura o Código Florestal, escrita pelo deputado ruralista Paulo Piau (PMDB-MG) sobre o texto aprovado pelo Senado, segue agora para sanção da presidente, Dilma Rousseff. Se ela não se mexer, e vetar o texto, esse futuro será seu legado. O texto aprovado dá anistia total e irrestrita a quem desmatou demais – mesmo aqueles que deveriam e têm capacidade de recuperar matas ao longo de rios, por exemplo – e ainda dá brecha para que mais desmatamentos ocorram no país. Ele é resultado de um processo que alijou a sociedade, e vai contra o que o próprio governo desejava. Com isso, avanços ambientais conquistados ao longo de décadas foram por água abaixo. “Acabamos de assistir ao sequestro do Congresso pelos ruralistas. Pateticamente, a presidenta que tinha a maior base de apoio parlamentar na história recente deste país, foi derrotada por 274 votos de uma malta de ruralistas que se infiltrou e contaminou o tecido democrático brasileiro como um câncer”, diz Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Desde o início do processo, o Brasil esteve refém dos interesses do setor, que fez de tudo para incorporar suas demandas ao projeto de lei. A população, que se mostrou contrária à anistia aos desmatadores e a brechas que permitem mais devastação, foi o tempo inteiro ignorada”. Há mais de uma década os ruralistas tentam acabar com o Código Florestal. Finalmente conseguiram uma brecha, alimentada pela indiferença de um governo que não dá a mínima para o ambiente e a saúde da população. O resultado é um texto escrito por e para ruralistas, que transforma a lei ambiental em uma lei de ocupação da terra. “Enquanto o Congresso demonstra claramente que se divorciou de vez da opinião pública que deveria representar – e que em sua imensa maioria se opõe ao texto do código ruralista – resta à Dilma uma única alternativa. Ela tem de demonstrar aos brasileiros que está à altura do cargo que ocupa – e que ganhou ao prometer aos eleitores que não iria permitir anistia a criminosos ambientais nem novos desmatamentos”, afirma Adario. “Caso contrário, o governo vai dar provas de que é subjugado pelos ruralistas, ao sofrer mais essa derrota.” Os brasileiros têm uma oportunidade de mostrar que não querem ver a motosserra roncar. A melhor resposta a essa reforma do Código Florestal é assinar o projeto de lei popular pelo desmatamento zero, que o Greenpeace e outras organizações encapam.

domingo, 22 de abril de 2012

Hábitos de uma geração que nasceu em 1992


RIO — O estudante Tomé de Almeida cultiva, em casa, os temperos que usa para cozinhar. Juliana Faria é uma pessoa praticamente obcecada com a reciclagem de lixo. E Mayara Rangel tira da tomada os aparelhos domésticos que não estão sendo utilizados, para economizar energia. Em comum entre eles, além da consciência ambiental, está o ano de seu nascimento. Os três vieram ao mundo em 1992, e cresceram ouvindo termos como sustentabilidade, mudanças climáticas e fontes de energia renováveis.
O engajamento deles, muito mais comum em sua geração do que nas anteriores, não está diretamente ligado à Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que aconteceu no Rio. Mas a preocupação ecológica ganhou importância nas duas últimas décadas e, a menos de dois meses da Conferência Rio+20, os hábitos de jovens de 20 anos como Tomé, Juliana e Mayara são uma prova disso. Estudante de Engenharia Ambiental da UFRJ, Tomé de Almeida cultiva hortelã, salsa, pimenta, manjericão e couve, em canteiros feitos com garrafas PET na varanda do apartamento onde mora, com a avó, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. O rapaz mantém até uma criação de minhocas. — Com o minhocário, já consigo reciclar 80% do meu lixo orgânico. Também me preocupo em não cozinhar mais comida do que consumo, porque o alimento cozido não serve para produzir adubo — explica Tomé, que aprendeu na internet a montar sua horta. Professor de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da UFRJ, Haroldo Mattos de Lemos destaca que a bandeira verde está muito mais presente agora. — Um aluno me contou que estava indo para Petrópolis com a família quando seu pai jogou um papel de biscoito pela janela do carro. Ouviu uma bronca do filho. Histórias assim são comuns hoje. Conscientes, mas sem abrir mão dos gadgets A safra Rio+20 virou gente assistindo a aulas de ecologia na escola, vendo filmes como “Uma verdade inconveniente” e acompanhando a enxurrada de notícias sobre a situação calamitosa da saúde do planeta. Tudo isso influenciou. Ao mesmo tempo, estamos falando de uma turma que consome avidamente tocadores de MP3, celulares de todos os tipos, tablets e vários outros gadgets que, cedo ou tarde, transformam-se num tipo de lixo bastante nocivo ao ambiente. Juliana Faria, por exemplo, tem de tudo: iPod, iPhone, iPad... Mas ela sabe dos danos que isso causa à natureza e garante que só troca de telefone celular quando o aparelho que está usando se quebra. Mesmo assim, os telefones velhos estão guardados no armário, porque ela não sabe como se livrar deles seguindo as linhas do ecologicamente correto. A estudante de Comunicação Social da PUC-Rio, que fez intercâmbio na Suécia, critica a falta de informação e infraestrutura para o tratamento do lixo no Rio. — Na Suécia, a prefeitura só recolhe o lixo orgânico. O reciclável tem que ser levado pelas famílias aos pontos de coleta. Lata, papel, plástico, vidro claro, vidro escuro... Aqui, não tem nada disso — explica Juliana, que pesquisa cooperativas de reciclagem para o lixo do prédio onde mora, no Jardim Botânico. Mas ela reconhece que o consumismo é um dos “pecados” preferidos da sua geração. Num mundo repleto de grifes ditando ou seguindo o estilo da juventude, ninguém se importa, por exemplo, com o destino de uma peça de roupa depois de jogada fora. Mesmo sendo um exemplo de pessoa preocupada com o meio ambiente, a universitária Mayara Rangel não pensa nisso quando está numa loja. — Não exagero nas compras para não gastar muito dinheiro, mas o esgotamento dos materiais naturais nem passa pela minha cabeça quando estou num shopping — admite a moradora do bairro de Sampaio, na Zona Norte, que estuda Geografia na PUC com bolsa integral. Mesmo assim, Mayara é uma guerreira do meio ambiente. Foi ela quem incentivou o condomínio onde mora a implantar um sistema de coleta seletiva. — Também espalhei cartazes alertando os moradores sobre a importância de se economizar energia e água — conta a carioca, que está ajudando a produzir dois fóruns da Rio+20 na PUC. Mayara não vai de bicicleta para a faculdade porque mora longe de lá. Mas incentiva. Já Tomé de Almeida está sempre pedalando, assim como desliga a torneira durante a escovação dos dentes, economiza papel e, na rua, procura latas de lixo especiais da coleta seletiva. São pequenos hábitos, muito mais arraigados hoje, 20 anos depois da Rio-92. — Essas coisas fazem diferença, mas falta um caminho longo até vivermos numa sociedade consciente — diz ele. RIO Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio20/habitos-de-uma-geracao-que-nasceu-em-1992-4706211#ixzz1snvEVgSL © 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Escolas poderão ter todos os anos uma Semana de Educação Ambiental


A instituição de uma semana de educação ambiental a cada ano nas escolas de ensino fundamental e médio é um dos 26 itens na pauta de votações da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), que se reúne nesta terça-feira (3). As votações de projetos têm início logo após audiência pública sobre a Conferência Rio+20.
De autoria do ex-deputado Maurício Rands (PT-PE), o projeto de lei (PLC 15/09) recebeu parecer favorável da relatora, a senadora Ana Rita (PT-ES). O texto estabelece que a semana de educação ambiental se realizará anualmente na primeira quinzena do mês de junho – 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente - e contará com atividades desenvolvidas em todos as disciplinas curriculares.
Na opinião da relatora, a semana de educação ambiental deve ser uma ocasião para a abordagem do tema de forma articulada, buscando conscientizar crianças e jovens sobre a necessidade de mudança dos padrões de conduta da civilização, a fim de garantir sua sustentabilidade, um meio ambiente saudável e a preservação da biodiversidade.
Ana Rita apresentou emenda para deixar claro que a realização da semana comemorativa não deve substituir as atividades permanentes ou periódicas realizadas pelas escolas sobre preservação do meio ambiente ou temas correlatos.
Se aprovado na CMA, o projeto segue para apreciação, em decisão terminativa, pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

terça-feira, 20 de março de 2012

Conheça alguns dos remédios caseiros e naturais aprovados cientificamente


Os remédios comprados na farmácia tornaram-se tão fortes no mercado que muitas pessoas se esqueceram do grande poder das ervas. Entretanto, a própria ciência reconhece os benefícios de chás e fórmulas caseiras, quando usados de forma correta.

A habilidade de preparar remédios com produtos naturais, na maioria das vezes, é atribuída às avós. Isso se deve provavelmente ao fato dessas receitas caseiras por muito tempo terem sido passadas de geração em geração, nutrindo o conhecimento da cultura popular.

A prática, apesar de milenar, não foi deixada para trás. Para se ter uma ideia, o Ministério da Saúde está analisando 71 espécies vegetais, utilizadas pela população, para propor novas fórmulas medicinais.

Só no Brasil, há aproximadamente 500 fitoterápicos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A fitoterapia é uma prática terapêutica que se baseia em ervas transformadas pela indústria e que inclusive já é adotada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Veja a seguir alguns dos tratamentos tradicionais aprovados por pesquisas acadêmicas:

Cólica menstrual: Além da bolsa de água quente, que relaxa a musculatura, o reumatologista e clínico geral Aderson Moreira da Rocha recomenda um chá forte de capim-limão para amenizar estas dores. Ele explica que a planta, que também é conhecida como capim-santo, “é um leve analgésico e ainda reduz a contração do útero".

Primeiro faça o chá com xícara de café de folhas frescas ou secas picadas com água fervente. Abafe por cerca de dez minutos e tome. Depois, deite-se e mantenha a bolsa por 20 minutos sobre a região pélvica, tomando o cuidado de manter uma temperatura que não irrite a pele.

Gripe forte: O famoso chá de alho se torna mais potente com gengibre fresco, canela e mel. Há muito tempo o alho é reconhecido como anti-inflamatório e a canela como bactericida, assim como o mel, que teve seus benefícios estudados pelo Centro Médico Acadêmico de Amsterdã, na Holanda. Já os efeitos analgésicos e anti-inflamatórios do gengibre forma comprovados pelo Instituto Tecnológico TzuHui, em Taiwan, na China.

Para usar esta mistura no combate a gripe basta ferver por cinco minutos um dente de alho amassado, um pedaço de gengibre do tamanho de um dedo polegar, sem casca, cortado em rodelas, e um pedaço de casca de canela. Coe a bebida e na hora de tomar adicione uma colher de sobremesa de mel de eucalipto.

Insônia: O leite morno ajuda a ter um sono mais tranquilo e combinado com noz-moscada o efeito pode ser ainda melhor. "Esse condimento é um sedativo leve; ajuda a conciliar o sono", afirma Aderson Moreira. A receita é simples: basta misturar uma colher de café rasa de noz-moscada em pó em uma xícara de leite morno. Mas, a recomendação é que se beba o leite logo em seguida ao preparo e que seja meia hora antes de deitar.

Dores: As dores podem ser causadas por diversos motivos, por isso é preciso tomar cuidado ao optar por um remédio. Uma forma de amenizá-las é massagear o local. Utilize uma mistura caseira feita com duas gotas de óleo essencial de cravo, duas gotas de óleo essencial de canela, duas gotas de cânfora e meia xícara de óleo de gergelim. Depois, aplique uma compressa de calor seco ou úmido no local.

O cravo e a canela têm poder anestésico, a cânfora tem efeitos anti-inflamatórios que foram estudados por um laboratório conduzido no Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Cheju National University, na Coreia do Sul. Com informações de M de mulher.

Redação CicloVivo

domingo, 18 de março de 2012

Empresa de Manaus transforma toneladas de lixo em telhas ecológicas

TELHAS ECOLÓGICAS
Empresa de Manaus transforma toneladas de lixo em telhas ecológicas

As telhas ecológicas têm como matéria-prima as garrafas pet e são mais leves e resistentes que as telhas convencionais. O empresário explica que a iniciativa, além de gerar renda para a comunidade local, ainda ajuda

na preservação do meio ambiente

quinta-feira, 15 de março de 2012

Educação ambiental no Brasil: o que mudou nos vinte anos entre a Rio 92 e a Rio+20

Artigo
Educação ambiental no Brasil: o que mudou nos vinte anos entre a Rio 92 e a Rio+20
Por Philippe Pomier Layrargues
10/03/2012


Como a cultura científica brasileira não tem incorporada a rotina de produção e sistematização da informação em séries históricas periódicas, o que pode então nos auxiliar para efetuar a reflexão sobre as mudanças que ocorreram em certo campo social ao longo de um determinado período é, basicamente, o testemunho da vivência militante dos profissionais que acompanharam o desenrolar dessa história. Se para exercícios dessa natureza, como no campo da educação ambiental, é possível identificar os momentos mais visíveis – de surgimento ou desaparecimento de algo –, por outro lado é muito difícil medir qualitativamente os aspectos sutis daquilo que se ampliou ou reduziu, se consolidou ou se fragilizou, se fortaleceu ou enfraqueceu, se tornou central ou periférico, sem um adequado instrumento de coleta e tratamento de informação. Portanto, um exercício de tal proporção, exige o estabelecimento de um diálogo envolvendo os sujeitos que não só acompanharam, mas participaram ativamente desse período histórico1. Assim, sem sombra de dúvidas, o estabelecimento de uma robusta metodologia de monitoramento periódico é um desafio que se coloca de forma imperativa para se conhecer e acompanhar de perto a realidade da educação ambiental, essa prática pedagógica incrivelmente dinâmica em sua historicidade.

Um dos contextos mais centrais a se considerar neste período que abrange dois decênios, entre a Rio 92 e a Rio+20, é o significativo programa de incentivo que as Nações Unidas protagonizaram a partir de 2005, instituindo no plano internacional, nada menos que a “Década da educação para o desenvolvimento sustentável”. Poucos temas possuem o privilégio de receber o destaque e atenção pública que a instituição das décadas das Nações Unidas pode oferecer a um determinado tema de alta relevância. Porém, faltando apenas dois anos para a sua conclusão, a constatação mais cabal e surpreendente é que a década passou praticamente despercebida e sem grandes efeitos para influenciar mudanças na educação ambiental brasileira em dez anos. Proposta em Joanesburgo no âmbito da Rio+10, foi recheada de muita apreensão e controvérsias no continente latino-americano. Se, por um lado, esse movimento poderia representar um vigoroso estímulo ao fortalecimento do processo educativo articulado à sustentabilidade, por outro lado, a década também representa a culminação de uma estratégia de consolidação simbólica do dúbio e questionável conceito “desenvolvimento sustentável”, com sua tendência economicista e sua vinculação com as ecotecnologias e com as forças de mercado como fatores indutores da sustentabilidade no regime capitalista de desenvolvimento. Como saldo desse período, diante da encruzilhada ideológica a escolher, tudo indica que a educação ambiental brasileira optou por abrir mão dos benefícios advindos com o estímulo político conferido à matéria educativa vinculada às questões ambientais, e rechaçou a proposta da “Década da educação para o desenvolvimento sustentável”, em nome da manutenção da força simbólica presente na identidade cultural do conceito “educação ambiental” concebido no país, fortemente vinculado à ideia de se trabalhar por “sociedades sustentáveis”, e não para o “desenvolvimento sustentável”.

No plano legal, pudemos assistir a um notável processo de institucionalização da educação ambiental no país, neste período de vinte anos. Tivemos, em 1999, a criação – relativamente prematura – da Política Nacional de Educação Ambiental (Pnea) – a primeira na América Latina –, e sua regulamentação efetivada em 2002. Esse marco legal veio se somar a outras matérias legais que já asseguravam à sociedade brasileira o direito ao acesso universal à educação ambiental, como a própria Constituição Federal e a Política Nacional do Meio Ambiente; mas como um corpo legal específico para a educação ambiental, avança na tipificação dos princípios, diretrizes, objetivos, características, modalidades e outras questões necessárias à sua prática.

Esse período testemunhou também a criação de novos marcos regulatórios para a gestão pública da educação ambiental como, por exemplo, a resolução 422/2010 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabelece as diretrizes para as campanhas, ações e projetos em educação ambiental, a Nota Técnica 01/2010 do Ibama, que estabelece as diretrizes para os programas de educação ambiental no âmbito do licenciamento ambiental do petróleo e gás, e a “Estratégia nacional de comunicação e educação ambiental em Unidades de Conservação”, lançada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2011.

Novos espaços públicos



No plano político-institucional, assistimos ao surgimento de novas institucionalidades e espaços públicos para lidar com o planejamento da educação ambiental: em primeiro lugar, na esfera federal, foi criado o Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, unindo os Ministérios do Meio Ambiente e o da Educação, com seu respectivo comitê assessor, composto por pouco mais de uma dezena de instituições de grande relevância no país. Na esfera estadual, foram criadas as Comissões Estaduais Interinstitucionais de Educação Ambiental, instâncias democráticas responsáveis pela formulação de políticas estaduais para a educação ambiental, apoiando as secretarias de meio ambiente e de educação na condução de seus programas e estratégias estaduais. Chegou-se inclusive a se aventar a criação de um Sistema Nacional de Educação Ambiental, que teria como meta dar um salto de qualidade na articulação institucional entre os atores e instituições que lidam com a educação ambiental não só entre as três esferas de governo, mas também com a sociedade civil, para potencializar a sinergia e complementaridade neste processo educativo que se espera ser contínuo e permanente.

Porém, se, por um lado, é notório o surgimento e consolidação do processo de institucionalização pública da educação ambiental neste período, inclusive com uma migração muito interessante de educadores ambientais que trabalhavam nas universidades, escolas e organizações não governamentais, que aceitaram o desafio de ocupar espaços governamentais centrais na formulação de políticas públicas de educação ambiental, aprendendo a fazer política a partir da própria experiência que ora se iniciava, por outro lado, podemos testemunhar às vésperas da Rio+20 haver ainda algumas fragilidades no campo político-institucional: baixa qualificação profissional não apenas entre alguns quadros técnicos dos gestores governamentais, mas também nos membros presentes nas instâncias colegiadas, que acumulam ainda a questão da fraca representatividade, muitas vezes não pertencendo ao campo da educação ambiental propriamente dito; constatação da necessidade de se efetuar alguns ajustes no texto da Política Nacional de Educação Ambiental, em decorrência da vivência e experimentação de sua implementação; constatação de algumas descontinuidades políticas na sucessão entre as distintas gestões governamentais, acrescidos de uma certa insatisfação com a elaboração de programas públicos nacionais de educação ambiental instrumentalizados pela pauta do ambientalismo pragmático, vertente do ambientalismo que põe a educação ambiental estrategicamente a serviço do mercado, para se constituir como um mecanismo de compensação do risco do atual modelo de produção e consumo: assim aparece a educação ambiental no âmbito das mudanças climáticas, da produção e consumo sustentáveis, e da economia verde, com sua face normativa e nada questionadora do atual modelo civilizatório.

E fica ainda a dúvida a conferir, se os avanços conquistados no processo de institucionalização da educação ambiental se traduziram em políticas públicas mais consistentes e apropriadas à realidade brasileira, garantindo um ganho de eficácia na gestão pública. Afinal, de nada adianta louvar os avanços obtidos na institucionalização se eles não se converteram em benefícios reais para a sociedade.

No plano organizacional, assistimos, desde a Rio 92, à criação e consolidação de um modelo de organização social muito característico para a cultura brasileira: as redes de educação ambiental. Iniciamos com a fundação da Rede Brasileira de Educação Ambiental no âmbito do Fórum Global em 1992, e chegamos ao período recente com cerca de 50 redes de educação ambiental, sejam elas estaduais, regionais, locais ou temáticas, que agregam milhares de pessoas predispostas a estarem articuladas e a trocar informações. Neste período de vinte anos, a Rede Brasileira de Educação Ambiental organizou sete Fóruns Brasileiros de Educação Ambiental, considerados como os eventos mais abrangentes e populares da área no país, fornecendo um robusto mapa do estado da arte em cada edição. Porém, como parte da lógica das redes sociais, todas as redes de educação ambiental encontram-se passivas de sofrer com fases de refluxo, alternando períodos efervescentes de atividades coletivas com outros de total apatia e imobilismo. Ainda neste plano organizacional, outro problema enfrentado desde o início, até então, diz respeito à polêmica questão da representatividade das redes junto às instâncias colegiadas com o surgimento dessas novas institucionalidades na gestão pública da educação ambiental, em nome da manutenção da cultura das redes, que prevê a horizontalidade e multiliderança, não sendo, portanto, a forma de organização social mais adequada ao modelo político atual, vertical e hierarquizado. Por fim, um terceiro problema de ordem organizacional, que persiste atualmente, é que algumas dessas redes e suas respectivas listas de discussão na rede mundial de computadores parecem se constituir muito mais como “caixas de som” propagandeando interesses particulares. Esses problemas desafiam um papel que se poderia esperar das instâncias organizadas da educação ambiental, o controle social e participação em políticas públicas. Outra característica, que parece explícita na identidade organizativa da educação ambiental brasileira é seu frágil diálogo para fora do círculo dos educadores ambientais, envolvendo outros atores sociais, notadamente os movimentos populares e sociais.

Inserção na educação formal



Quanto à educação ambiental formal, aquela desenvolvida na escola, neste período entre a Rio 92 e a Rio+20, ocorreu uma expressiva expansão no ensino fundamental brasileiro, inclusive considerado por especialistas como sendo muito acelerado para um período temporal tão curto (notadamente entre 2001 e 2004), atingindo a universalização do acesso à ela na escola e reduzindo as disparidades existentes entre os estados.

Porém, por outro lado, além das clássicas carências existentes na escola brasileira, conhecidas por todos, como a baixa capacitação dos professores, por exemplo, há ainda uma significativa carência institucional para a educação ambiental formal, que é a aprovação da proposta das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, pelo Conselho Nacional de Educação. Há que se reparar ainda que os Parâmetros Curriculares Nacionais, criados em 1997, não foram culturalmente internalizados na escola brasileira.

O fato de que tendencialmente os professores vêm utilizando como fontes de informação as revistas de popularização da ciência e não a produção científica, elaborada pelos próprios educadores ambientais que contribuem com a formulação teórica do campo, sugere que essa expansão quantitativa da educação ambiental na escola não foi acompanhada por uma expansão qualitativa no refinamento das intervenções educativo-ambientais na escola.

E, no balanço geral, parece que as políticas de educação ambiental para a escola ainda são formuladas de fora para dentro, desvalorizando-as, o que implica no esvaziamento das discussões históricas dos trabalhadores da educação. Tudo indica que a educação ambiental não encontrou as condições ideais para ser estruturante nas políticas centrais da educação (currículo, gestão escolar, planejamento de carga horária docente, carreira docente, função social das escolas etc).

Na academia, retratando a forte demanda por um aprofundamento da formação profissional em educação ambiental, esse período testemunhou ainda a criação dos primeiros e, até o momento, único programa de pós-graduação stricto senso exclusivo em educação ambiental: o mestrado em 1994 e o doutorado em 2005 na Universidade Federal do Rio Grande (Furg). Foi criada também a Rede Universitária de Programas de Educação Ambiental, em 1997, e dois grupos de trabalho em duas associações de pós-graduação e pesquisa: o GT de Educação Ambiental da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade, e o GT de Educação Ambiental da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, ambos criados em 2002. Os educadores ambientais passaram a constituir-se também como pesquisadores. Por outro lado, surgiu recentemente uma nova categoria de problemas no campo da educação ambiental, que se caracteriza pelo encolhimento da área em diversos programas de pós-graduação do país, diante da forte demanda produtivista que assola a academia, expondo uma grave contradição: por um lado, a crescente demanda por formação profissional densamente qualificada, por outro lado, o encolhimento das linhas de pesquisa em educação ambiental nos programas de mestrado e doutorado.

No âmbito da produção teórica acadêmica, se há um país que o recado de Tbilisi (Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental promovida pela Unesco em parceria com o Pnuma e realizada na cidade russa de Tbilisi em 1977, considerada o principal marco histórico da área) acerca da necessidade de articulação interdisciplinar na educação ambiental envolvendo os aspectos físicos, biológicos, sociais, econômicos, culturais e políticos da questão ambiental, pegou, esse país é o Brasil. Esse período, no que diz respeito ao âmbito da produção conceitual, demarca a substituição dos esforços que buscavam definir um conceito de educação ambiental para outra fase, o de caracterizar distintas correntes político-pedagógicas na área. Se antes se buscava construir um conceito padrão definidor de tudo aquilo que engloba e representa a educação ambiental, passou-se a prospectar as diferenças entre as correntes de pensamento que inspiram as experiências pedagógicas propriamente ditas. O fato é que a produção intelectual brasileira passou por uma ampliação considerável, acompanhada por um adensamento dos debates nos eventos científicos.

Uma vertente de pensamento que se ampliou bastante nestes vinte anos – a crítica, emancipatória e popular – busca, na devida contextualização do fenômeno, ultrapassar o reducionismo ecológico que predomina nas práticas pedagógicas vinculadas à educação ambiental de cunho conservacionista/tecnicista, resultado de uma paulatina aproximação dos educadores ambientais com as ciências sociais e da educação e com o pensamento crítico que busca interpretar a questão ambiental por meio de sua politização. Mas, com isso, outra novidade que despontou no cenário foi o surgimento de disputas conceituais por significação da missão última da educação ambiental, gerando, inclusive, algumas desavenças entre os pontos de vista dos educadores ambientais.

Educação ambiental como disciplina



Com relação àquilo que divide as opiniões entre os educadores ambientais, o grau de conflituosidade interno de maior envergadura que estava presente nos anos 1990 (e talvez o único conflito realmente expressivo interno ao campo da educação ambiental no período histórico da Rio 92), que girava em torno da polêmica disciplinarização na escola (assunto agora debatido também no interior da escola, por atores sociais vinculados ao debate sobre o currículo escolar), migrou para outro cenário, o da constituição da esfera pública governamental nacional da educação ambiental. A conflituosidade passa a girar em torno da instrumentalização dos programas públicos de educação ambiental fortemente determinados pela conjuntura político-econômica do encolhimento do Estado e da prevalência das forças de mercado como mecanismos indutores de políticas públicas, de onde se formula a pauta programática esperada para a função da educação ambiental.

Enfim, podemos testemunhar diversas mudanças que ocorreram ao longo de vinte anos na educação ambiental brasileira, mas, por outro lado, existem também alguns aspectos que não mudaram desde a Rio 92, e que talvez possam ser vistos como futuros desafios: é notável, por exemplo, a ausência, ainda hoje, de debates acerca da formação e profissionalização em educação ambiental. De vez em quando surge uma voz ou outra em alguma rede de educação ambiental, levantando a necessidade de haver um currículo mínimo e certificação oficial para um profissional ser reconhecido como educador ambiental e poder atuar profissionalmente com esse rótulo institucional, assinando por projetos públicos e privados na área. A questão suscita um rápido e superficial debate, polarizando argumentos a favor e contra a profissionalização da educação ambiental como uma carreira formal, mas que de imediato cai no esquecimento e não gera nenhuma consequência.

Um segundo aspecto que parece não ter mudado, que soa como um traço da “pobreza política da educação ambiental”, se traduz na entrada de qualquer pessoa que se propõe a trabalhar com esse campo do conhecimento, simplesmente a partir do senso comum, julgando que a educação ambiental se resume a práticas de sensibilização ecológica e campanhas de reciclagem, desprezando todo acúmulo histórico dos referenciais teórico-metodológicos desde os anos 1970; trazendo embutido o risco da fácil cooptação ideológica para o desenvolvimento de práticas educativas ingênuas e românticas, dificultando o projeto radical de abandono da prevalência hegemônica para tornar-se um projeto alternativo emancipatório, realmente questionador e transformador da estrutura civilizatória contemporânea e seus mecanismos de reprodução.

Outro aspecto que parece não ter mudado foi o grau de mobilização dos educadores ambientais em torno de grandes temas e eventos. Observa-se, nitidamente, que a comunidade dos educadores ambientais esteve intensamente mobilizada nestes vinte anos, reagindo à altura nos momentos necessários. E um dos objetos mais caros dessa entusiasmada mobilização permanece vinculado à defesa do "Tratado de educação ambiental para sociedades sustentáveis e responsabilidade global", reafirmando-o como a grande carta de princípios adotada por significativa parcela dos educadores ambientais e pelo próprio Programa Nacional de Educação Ambiental, desde a Rio 92, quando foi formulada no âmbito do Fórum Global, o encontro paralelo da sociedade civil à Conferência do Rio.

Pode-se dizer que uma das grandes mudanças que ocorreram no campo da educação ambiental nestes vinte anos foi o ingresso dos educadores ambientais, pelo menos os mais nucleares e históricos no campo, na arena política. O processo de aprendizagem política de atores sociais fortemente vinculados ao universo educacional-ambiental está em curso, e uma certeza é que este campo nuclear constitui-se como uma combativa e atuante arena de resistência ideológica, de projeto societário alternativo ao capital, reunindo forças progressistas e emancipatórias, que tem muita clareza sobre os interesses em jogo, sobre os projetos civilizatórios em disputa.

Contudo, permanece ainda um desafio a enfrentar saber o saldo que a educação ambiental proporcionou à sociedade brasileira ao longo desses vinte anos. O que ela foi capaz de realizar, em quê ela influenciou no pensamento e nas práticas sociais do brasileiro. Ou seja, que mudanças societárias de fato ocorreram.

Este breve e despretensioso ensaio, que retrata o processo contraditório de amadurecimento do campo da educação ambiental no Brasil – por combinar simultaneamente avanços com retrocessos –, não permite uma abordagem mais aprofundada do que isso representou ao longo de duas décadas no Brasil. Por esse motivo, para se obter um maior adensamento sobre o tema, recomendamos a leitura de três obras: A implantação da educação ambiental no Brasil e Os diferentes matizes da educação ambiental no Brasil – 1997/2007, ambos de Silvia Czapski, e Educação ambiental no Brasil: formação, identidades e desafios, de Gustavo Lima.

Philippe Pomier Layrargues é professor adjunto do curso de gestão ambiental da Universidade de Brasília (UnB).

Nota de rodapé

1. Agradeço as valiosas e generosas colaborações de Antonio Fernando Guerra, Carlos Frederico B. Loureiro, Gustavo Ferreira da Costa Lima, Irineu Tamaio, Luiz Antonio Ferraro Júnior e Michèle Sato para a realização desta reflexão.

domingo, 4 de março de 2012

Colégios na Holanda já adotam bicicleta escolar


HOLANDA — As crianças na Holanda podem chegar às escolas em uma nova condução coletiva. Esqueça o tradicional ônibus amarelo e pense na grande paixão daquele país: as bicicletas. Em vez do modelo tradicional, foi desenvolvida uma bicicleta escolar para cerca de dez alunos.
A bicicleta coletiva — batizada de Bicycle School Bus (BCO, na Holanda) — pode ser usada por crianças entre 4 e 12 anos, sendo um assento destinado a um condutor adulto. Enquanto oito crianças e o adulto pedalam, outros dois acompanhar a viagem descansados.
A bike pode vir com opcionais, como um toldo de lona para proteção nos dias chuvosos, um sistema de som para animar durante a pedalada e um motor elétrico para ajudar nas subidas.
A BCO foi uma invenção de Thomas Tolkamp, diretor executivo da Tolkamp Metaalspecials, que produz as bicicletas. Comercializado pelo Der Café Racer, 25 exemplares já foram vendidos ao preço de US$ 15 mil e alguns foram exportados para Alemanha e Bélgica. "Recebemos pedidos de outros países da Europa e da América do Norte e da América do Sul, mas ainda mantemos nossas operações em nosso continente", afirmou em entrevista ao site Fats Coexist.
Grande mercado consumidor
O Bicycle School Bus pode ser promissor na Holanda, já que a bicicleta é uma verdadeira paixão nacional. E os números não deixam mentir: a frota de bicicletas nas ruas ultrapassa os 16 milhões e, em 2009, cerca de 40% do tráfego era composto pelas bikes.
A onda de sustentabilidade e a corrida por meios de transporte menos poluentes fazem o negócio ser ainda mais promissor. Tolkamp acredita que esta busca por produtos que não agridam o meio ambiente possa aumentar o sucesso da bicicleta em outros países.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/colegios-na-holanda-ja-adotam-bicicleta-escolar-3959839#ixzz1o9oOSgGy
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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cresce busca por caronas em todo o Brasil


Existem diversas maneiras sustentáveis de se locomover pela cidade. Entre as opções estão: andar a pé, usar o transporte público ou veículos não motorizados - como bicicleta, skate ou patins. Para as pessoas que querem manter o conforto do automóvel, a sugestão é a carona.

Além de colaborar para a redução do número de carros nas ruas, as caronas também servem de auxílio às relações sociais e podem funcionar como válvula de escape para reduzir os gastos mensais necessários para manter o uso de um automóvel.

Conforme dados divulgados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), na cidade de São Paulo os carros trafegam com média de apenas 1,4 passageiros por veículo. O índice mais alto foi alcançado em 2006, com média de 1,6. Os dados são considerados baixos e o mesmo cenário se repete em outras grandes cidades brasileiras. Os resultados disso são mais congestionamentos e poluição.

Trafegar com o carro cheio é um jeito simples de fazer a sua parte pelo meio ambiente e pela melhora na qualidade de vida, tanto dos caroneiros, como das outras pessoas que dependem do trânsito da cidade. Não é necessário muito esforço para dar carona e o primeiro passo é conhecer as pessoas que estão ao seu redor. Esteja atento aos seus vizinhos, pois o trajeto percorrido por vocês pode ser parecido. O mesmo deve ser feito entre colegas de empresas e instituições de ensino.

Para tornar esse contato mais fácil já existem sites especializados em caronas, como o Caronetas, o Carona Brasil, o Carona Segura e o Caroneiros, que facilitam o contato entre as pessoas interessadas em aderirem às caronas.

A ideia tem agradado a empresas, que adotaram o sistema para promoverem a interação entre funcionários, e também se tornou presença constante nos centros universitários. Conforme matéria publicada no jornal Metro São Paulo, o site Caroneiros, que existe desde 2007, cresceu 67% em 2011, passando de oito mil para 13,3 mil usuários. O Unicaronas, dedicado exclusivamente aos universitários, já alcançou 16 mil adeptos em apenas quatro anos de funcionamento. Em entrevista à publicação, Mario Sebok, sócio do Caroneiros, explicou a mudança no comportamento. “Antes, se pensava que o caroneiro era pé de chinelo. Hoje, carona é uma opção sustentável, e as pessoas sabem disso.” Com informações do Metro.

Redação CicloVivo

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Bicicleta é um modo de transporte, sra. Waldvogel


Dias atrás, a jornalista e apresentadora Mônica Waldwogel foi protagonista de momentos profundamente lamentáveis, ao expor seu pensamento estulto e parvo sobre tema tão atual e importante como o uso da bicicleta. Formadora de opinião e funcionária da maior rede de comunicação brasileira, prestou um desserviço ao país. Contou jocosamente a âncora do programa Saia Justa que estava em reunião social e havia um “amigo querido se esforçando desesperadamente em convencer 15 pessoas que bicicleta era um meio de transporte ... (risos) ... o massacraram das mais diversas formas...o humor...a chacota...imaginando cenas dantescas...o que seria um bando de paulistanos andando de bicicleta...(risos). “É melhor um congestionamento dentro do meu carro do que em uma bicicleta chovendo em cima (sic)... o ladrão passando e levando o meu iPod... (risos). A insensatez continuou.

O grupo de mulheres vazias e desprovidas de intelectualidade arguta ironizou também os animais, desrespeitando grande número de pessoas, com sensibilidade mais evoluída, que a eles dedicam afeto, respeito e cuidados. Mas este tema não é o objeto deste artigo. Voltemos à questão da bicicleta.

Não sabem a sra. Waldvogel e colegas que para estimular a mobilidade alternativa e melhorar a qualidade ambiental de Nova York, o prefeito Michael Bloomberg implementou o 1º sistema público municipal de aluguel de bicicletas, com 10 mil bicicletas e 600 terminais, 24 horas/dia. Programas semelhantes foram implantados nas cidades americanas de Portland e Boulder.

Crianças pequeninas, em Amsterdam, são transportadas em cestas que algumas bicicletas possuem na parte frontal; quando crescem um pouco mais, são colocadas em cadeirinhas, atrás ou no “cano”. Com 3 anos essa gurizada faz jus a uma kinderfiets, e acompanham seus pais em suas bikes. O governo holandês investe e cria mecanismos de incentivo ao uso desse modo de transporte. As bicicletas nas ruas de Paris aumentam, desde 2007, quando a prefeitura inaugurou serviço de transporte público (Velib), diferente e ecológico, sendo comum o seu uso por senhoras, executivos e jovens, para ir ao trabalho, estudo e compras. O sistema de bicicletas públicas SAMBA-Solução Alternativa para a Mobilidade por Bicicletas de Aluguel, lançado, em 2009, pela prefeitura do Rio de Janeiro, tem 500 bicicletas, disponíveis em 50 estações. Programas de aluguel de bicicletas são utilizados em muitas cidades. O Bicing de Barcelona que, desde 2007, ajudou a reduzir em 24% as mortes na cidade e as emissões de CO2. Londres foi mais ousada e contabiliza ganhos financeiros auferidos pelo modo de transporte bicicleta, gerando R$8 bilhões para a economia britânica.


A importância da bicicleta pode ser medida pelo tamanho das redes cicloviárias municipais: Berlim (700 km), Nova York (675), Amsterdam (400), Paris (394), Bogotá (360), Copenhague (350), Rio de Janeiro (240), Curitiba (120) e São Paulo (40 km). A produção mundial de bicicletas, em 2008, foi de 130 milhões de unidades, enquanto que os automóveis ficaram em cerca de 50 milhões. Na Holanda, 25% das viagens urbanas são feitas por bicicleta, em Boulder; 21%, no Brasil, a média das maiores cidades está em torno de 3,2%. O Programa Ambiental da ONU, em 2011, publicou o relatório “Rumo a uma economia verde: caminhos para o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza”, apontando os modos não motorizados (a pé e bicicleta) e os modos coletivos como solução para a sustentabilidade urbana e do planeta.

Apesar de tudo, os brasileiros ainda são muito preconceituosos em relação ao tema, evidenciado pelo despreparo e ignorância, neste assunto, da sra. Waldvogel e colegas. O Saia Justa, permissa vênia, se nivela ao BBB, que congrega “ilustres brasileiros” que contribuem na construção de um país mais moderno, humano, justo, civilizado, educado e culto.



O autor, Archimedes Azevedo Raia Jr., é engenheiro, mestre e doutor em Engenharia de Transportes pela USP, professor e pesquisador do Departamento de Engenharia Civil e Pós-graduação em Engenharia Urbana da UFSCar. E-mail: raiajr@ufscar.br.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Existe um plástico sustentável de verdade?

É inevitável. Com a onda da sustentabilidade, a forma como fazemos compras no supermercado vai mudar. As tradicionais sacolinhas plásticas viraram vilãs. Os ambientalistas não as querem mais nas lojas. E os fabricantes brigam para garantir sua sobrevivência. Há hoje no mercado pelo menos cinco tipos diferentes de plástico. Algum deles é realmente sustentável? Talvez não 100%. Mas alguns causam menos impacto ao meio ambiente que outros. O Blog do Planeta fez um breve resumo de cada um. Para te ajudar a escolher qual deles você vai levar para a casa.

O plástico “verde”

É feito de cana-de-açúcar e foi desenvolvido no Brasil pela Braskem. Sua vantagem é usar uma matéria-prima que não se esgota. E captar carbono da atmosfera durante o crescimento da planta, o que teoricamente é bom para o clima do planeta. A Coca Cola colocou plástico “verde” em parte dos materiais usados para fabricar suas garrafas PET. A cana pode ser plantada em exaustão, mas tem um limite: a ampliação de seu cultivo toma terras que poderiam ser usadas para produzir alimento.

O oxidegradável

Você já deve ter ouvido falar dele. Milagrosamente, ele dissolveria com a ação do tempo. É pura propagando enganosa. Este plástico é feito a partir do petróleo e leva aditivos oxidantes que aceleram sua degradação. Ao contrário do que promete, ele não é biodegradável. Simplesmente se transforma em micro partículas. Vira pó. Seus fragmentos são carregados pelo ar. Vão parar nos rios, lagos e oceanos. Seu impacto talvez seja o maior de todos – principalmente por não ser percebido.

O de petróleo

Em sua fabricação, emite gases que contribuem para o aquecimento do planeta. Estima-se que este tipo se degrada no solo só depois de 400 anos. Ele virou vilão do meio ambiente, porque vai parar nos oceanos, asfixia golfinhos e tartarugas marinhas. Há uma ilha de plástico no meio do Oceano Pacífico. Ela tem uma área duas vezes maior do que a dos Estados Unidos. As sacolinhas chegam ali com as correntes marítimas.

O de milho

Este é o plástico do momento, recomendado pelo governo e adotado por alguns supermercados. Ele é feito à base de amido de milho, uma matéria-prima renovável e biodegradável. Na teoria, vira adubo quando enterrado. Mas, na prática, seu descarte é mais complicado. Precisa ser mandado para aterros específicos (com microorganismos especiais, luz, temperatura e reator adequados) para garantir a decomposição em um prazo máximo de 180 dias.

O reciclado

Uma alternativa ao plástico de petróleo é a sacola reciclada, feita a partir de materiais plásticos recicláveis. Sua vantagem é que ele não usa mais recursos não renováveis na produção. A desvantagem é no momento do descarte: ele tem os mesmos impactos ambientais do saquinho tradicional.

(Aline Ribeiro)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O lixo jogado no mar um dia volta pra você


Fraldas de pano, do passado para um futuro sustentável


Usar fraldas de pano pode parecer coisa do passado. A praticidade oferecida pelas fraldas descartáveis fez com que as mães atuais esquecessem de vez todo o trabalho que as avós tinham ao usar os modelos antigos. Fato é que as fraldas de pano são ecologicamente corretas e com o passar do tempo também evoluíram em sua eficiência e facilidade de uso.

Como um dos principais vilões do meio ambiente, as fraldas descartáveis chegam a demorar 600 anos para se decompor e formam o terceiro item mais encontrado nos lixões. Segundo informações divulgadas no portal “Meu mundo sustentável”, cada bebê gasta em média 124 fraldas descartáveis por mês, durante os dois primeiros anos de vida a quantidade total pode chegar a ser de cinco mil fraldas.

Em contrapartida, as fraldas de pano são menos agressivas ao meio ambiente e ainda mais econômicas para o bolso de qualquer família. Durante os dois primeiros anos da vida do bebê, período em que o uso de fraldas é mais intenso, o uso dos itens ecológicos significa uma economia de R$ 2.300. Ao contrário das descartáveis, as fraldas de pano demoram apenas um ano para se decompor, e não levam em sua composição petróleo ou celulose, que é obtida através do corte de árvores.

Mesmo parecendo coisa do passado, as fraldas de pano evoluíram e ficaram mais práticas, bonitas e cada vez mais confortáveis para os próprios bebês. São justamente eles os maiores beneficiados, já que o pano não causa alergias ou irritações e impede que a pele do bebê entre em contato direto com produtos químicos.

A lavagem é a parte mais temida pelas mães ao usarem uma fralda de pano. No entanto, não se trata de um trabalho de outro mundo. O processo é simples e apenas a lavagem das fraldas sujas com cocô precisa de um cuidado maior. Neste caso, é necessário retirar os resíduos antes de deixar a fralda de molho. Feito isso, basta esfregar com sabão de côco ou deixá-la para quarar no sol. Elas não precisam ser lavadas à mão e podem ser colocadas na máquina juntamente com as fraldas sujas de xixi. O ideal é que em cada lavagem sejam colocadas juntas até 24 fraldas, para que a limpeza seja efetiva.

Como forma de minimizar ainda mais o impacto da ação no meio ambiente, o indicado é que sejam usados sabão de côco ou biodegradáveis. O vinagre ou o suco puro de limão podem ser usados como anti-séptico, porém não devem ser adicionados no mesmo momento em que o sabão, para que cada elemento possa cumprir com efetividade suas determinadas funções.

Os tamanhos das fraldas de pano variam desde o nascimento até que o bebê comece a utilizar o penico ou até chegarem aos 14 kg. As fraldas podem ser compradas pela loja virtual do site Meu Mundo Sustentável.