quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Existe um plástico sustentável de verdade?

É inevitável. Com a onda da sustentabilidade, a forma como fazemos compras no supermercado vai mudar. As tradicionais sacolinhas plásticas viraram vilãs. Os ambientalistas não as querem mais nas lojas. E os fabricantes brigam para garantir sua sobrevivência. Há hoje no mercado pelo menos cinco tipos diferentes de plástico. Algum deles é realmente sustentável? Talvez não 100%. Mas alguns causam menos impacto ao meio ambiente que outros. O Blog do Planeta fez um breve resumo de cada um. Para te ajudar a escolher qual deles você vai levar para a casa.

O plástico “verde”

É feito de cana-de-açúcar e foi desenvolvido no Brasil pela Braskem. Sua vantagem é usar uma matéria-prima que não se esgota. E captar carbono da atmosfera durante o crescimento da planta, o que teoricamente é bom para o clima do planeta. A Coca Cola colocou plástico “verde” em parte dos materiais usados para fabricar suas garrafas PET. A cana pode ser plantada em exaustão, mas tem um limite: a ampliação de seu cultivo toma terras que poderiam ser usadas para produzir alimento.

O oxidegradável

Você já deve ter ouvido falar dele. Milagrosamente, ele dissolveria com a ação do tempo. É pura propagando enganosa. Este plástico é feito a partir do petróleo e leva aditivos oxidantes que aceleram sua degradação. Ao contrário do que promete, ele não é biodegradável. Simplesmente se transforma em micro partículas. Vira pó. Seus fragmentos são carregados pelo ar. Vão parar nos rios, lagos e oceanos. Seu impacto talvez seja o maior de todos – principalmente por não ser percebido.

O de petróleo

Em sua fabricação, emite gases que contribuem para o aquecimento do planeta. Estima-se que este tipo se degrada no solo só depois de 400 anos. Ele virou vilão do meio ambiente, porque vai parar nos oceanos, asfixia golfinhos e tartarugas marinhas. Há uma ilha de plástico no meio do Oceano Pacífico. Ela tem uma área duas vezes maior do que a dos Estados Unidos. As sacolinhas chegam ali com as correntes marítimas.

O de milho

Este é o plástico do momento, recomendado pelo governo e adotado por alguns supermercados. Ele é feito à base de amido de milho, uma matéria-prima renovável e biodegradável. Na teoria, vira adubo quando enterrado. Mas, na prática, seu descarte é mais complicado. Precisa ser mandado para aterros específicos (com microorganismos especiais, luz, temperatura e reator adequados) para garantir a decomposição em um prazo máximo de 180 dias.

O reciclado

Uma alternativa ao plástico de petróleo é a sacola reciclada, feita a partir de materiais plásticos recicláveis. Sua vantagem é que ele não usa mais recursos não renováveis na produção. A desvantagem é no momento do descarte: ele tem os mesmos impactos ambientais do saquinho tradicional.

(Aline Ribeiro)

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