quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Cresce busca por caronas em todo o Brasil
Existem diversas maneiras sustentáveis de se locomover pela cidade. Entre as opções estão: andar a pé, usar o transporte público ou veículos não motorizados - como bicicleta, skate ou patins. Para as pessoas que querem manter o conforto do automóvel, a sugestão é a carona.
Além de colaborar para a redução do número de carros nas ruas, as caronas também servem de auxílio às relações sociais e podem funcionar como válvula de escape para reduzir os gastos mensais necessários para manter o uso de um automóvel.
Conforme dados divulgados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), na cidade de São Paulo os carros trafegam com média de apenas 1,4 passageiros por veículo. O índice mais alto foi alcançado em 2006, com média de 1,6. Os dados são considerados baixos e o mesmo cenário se repete em outras grandes cidades brasileiras. Os resultados disso são mais congestionamentos e poluição.
Trafegar com o carro cheio é um jeito simples de fazer a sua parte pelo meio ambiente e pela melhora na qualidade de vida, tanto dos caroneiros, como das outras pessoas que dependem do trânsito da cidade. Não é necessário muito esforço para dar carona e o primeiro passo é conhecer as pessoas que estão ao seu redor. Esteja atento aos seus vizinhos, pois o trajeto percorrido por vocês pode ser parecido. O mesmo deve ser feito entre colegas de empresas e instituições de ensino.
Para tornar esse contato mais fácil já existem sites especializados em caronas, como o Caronetas, o Carona Brasil, o Carona Segura e o Caroneiros, que facilitam o contato entre as pessoas interessadas em aderirem às caronas.
A ideia tem agradado a empresas, que adotaram o sistema para promoverem a interação entre funcionários, e também se tornou presença constante nos centros universitários. Conforme matéria publicada no jornal Metro São Paulo, o site Caroneiros, que existe desde 2007, cresceu 67% em 2011, passando de oito mil para 13,3 mil usuários. O Unicaronas, dedicado exclusivamente aos universitários, já alcançou 16 mil adeptos em apenas quatro anos de funcionamento. Em entrevista à publicação, Mario Sebok, sócio do Caroneiros, explicou a mudança no comportamento. “Antes, se pensava que o caroneiro era pé de chinelo. Hoje, carona é uma opção sustentável, e as pessoas sabem disso.” Com informações do Metro.
Redação CicloVivo
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Bicicleta é um modo de transporte, sra. Waldvogel
Dias atrás, a jornalista e apresentadora Mônica Waldwogel foi protagonista de momentos profundamente lamentáveis, ao expor seu pensamento estulto e parvo sobre tema tão atual e importante como o uso da bicicleta. Formadora de opinião e funcionária da maior rede de comunicação brasileira, prestou um desserviço ao país. Contou jocosamente a âncora do programa Saia Justa que estava em reunião social e havia um “amigo querido se esforçando desesperadamente em convencer 15 pessoas que bicicleta era um meio de transporte ... (risos) ... o massacraram das mais diversas formas...o humor...a chacota...imaginando cenas dantescas...o que seria um bando de paulistanos andando de bicicleta...(risos). “É melhor um congestionamento dentro do meu carro do que em uma bicicleta chovendo em cima (sic)... o ladrão passando e levando o meu iPod... (risos). A insensatez continuou.
O grupo de mulheres vazias e desprovidas de intelectualidade arguta ironizou também os animais, desrespeitando grande número de pessoas, com sensibilidade mais evoluída, que a eles dedicam afeto, respeito e cuidados. Mas este tema não é o objeto deste artigo. Voltemos à questão da bicicleta.
Não sabem a sra. Waldvogel e colegas que para estimular a mobilidade alternativa e melhorar a qualidade ambiental de Nova York, o prefeito Michael Bloomberg implementou o 1º sistema público municipal de aluguel de bicicletas, com 10 mil bicicletas e 600 terminais, 24 horas/dia. Programas semelhantes foram implantados nas cidades americanas de Portland e Boulder.
Crianças pequeninas, em Amsterdam, são transportadas em cestas que algumas bicicletas possuem na parte frontal; quando crescem um pouco mais, são colocadas em cadeirinhas, atrás ou no “cano”. Com 3 anos essa gurizada faz jus a uma kinderfiets, e acompanham seus pais em suas bikes. O governo holandês investe e cria mecanismos de incentivo ao uso desse modo de transporte. As bicicletas nas ruas de Paris aumentam, desde 2007, quando a prefeitura inaugurou serviço de transporte público (Velib), diferente e ecológico, sendo comum o seu uso por senhoras, executivos e jovens, para ir ao trabalho, estudo e compras. O sistema de bicicletas públicas SAMBA-Solução Alternativa para a Mobilidade por Bicicletas de Aluguel, lançado, em 2009, pela prefeitura do Rio de Janeiro, tem 500 bicicletas, disponíveis em 50 estações. Programas de aluguel de bicicletas são utilizados em muitas cidades. O Bicing de Barcelona que, desde 2007, ajudou a reduzir em 24% as mortes na cidade e as emissões de CO2. Londres foi mais ousada e contabiliza ganhos financeiros auferidos pelo modo de transporte bicicleta, gerando R$8 bilhões para a economia britânica.
A importância da bicicleta pode ser medida pelo tamanho das redes cicloviárias municipais: Berlim (700 km), Nova York (675), Amsterdam (400), Paris (394), Bogotá (360), Copenhague (350), Rio de Janeiro (240), Curitiba (120) e São Paulo (40 km). A produção mundial de bicicletas, em 2008, foi de 130 milhões de unidades, enquanto que os automóveis ficaram em cerca de 50 milhões. Na Holanda, 25% das viagens urbanas são feitas por bicicleta, em Boulder; 21%, no Brasil, a média das maiores cidades está em torno de 3,2%. O Programa Ambiental da ONU, em 2011, publicou o relatório “Rumo a uma economia verde: caminhos para o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza”, apontando os modos não motorizados (a pé e bicicleta) e os modos coletivos como solução para a sustentabilidade urbana e do planeta.
Apesar de tudo, os brasileiros ainda são muito preconceituosos em relação ao tema, evidenciado pelo despreparo e ignorância, neste assunto, da sra. Waldvogel e colegas. O Saia Justa, permissa vênia, se nivela ao BBB, que congrega “ilustres brasileiros” que contribuem na construção de um país mais moderno, humano, justo, civilizado, educado e culto.
O autor, Archimedes Azevedo Raia Jr., é engenheiro, mestre e doutor em Engenharia de Transportes pela USP, professor e pesquisador do Departamento de Engenharia Civil e Pós-graduação em Engenharia Urbana da UFSCar. E-mail: raiajr@ufscar.br.
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Existe um plástico sustentável de verdade?
É inevitável. Com a onda da sustentabilidade, a forma como fazemos compras no supermercado vai mudar. As tradicionais sacolinhas plásticas viraram vilãs. Os ambientalistas não as querem mais nas lojas. E os fabricantes brigam para garantir sua sobrevivência. Há hoje no mercado pelo menos cinco tipos diferentes de plástico. Algum deles é realmente sustentável? Talvez não 100%. Mas alguns causam menos impacto ao meio ambiente que outros. O Blog do Planeta fez um breve resumo de cada um. Para te ajudar a escolher qual deles você vai levar para a casa.
O plástico “verde”
É feito de cana-de-açúcar e foi desenvolvido no Brasil pela Braskem. Sua vantagem é usar uma matéria-prima que não se esgota. E captar carbono da atmosfera durante o crescimento da planta, o que teoricamente é bom para o clima do planeta. A Coca Cola colocou plástico “verde” em parte dos materiais usados para fabricar suas garrafas PET. A cana pode ser plantada em exaustão, mas tem um limite: a ampliação de seu cultivo toma terras que poderiam ser usadas para produzir alimento.
O oxidegradável
Você já deve ter ouvido falar dele. Milagrosamente, ele dissolveria com a ação do tempo. É pura propagando enganosa. Este plástico é feito a partir do petróleo e leva aditivos oxidantes que aceleram sua degradação. Ao contrário do que promete, ele não é biodegradável. Simplesmente se transforma em micro partículas. Vira pó. Seus fragmentos são carregados pelo ar. Vão parar nos rios, lagos e oceanos. Seu impacto talvez seja o maior de todos – principalmente por não ser percebido.
O de petróleo
Em sua fabricação, emite gases que contribuem para o aquecimento do planeta. Estima-se que este tipo se degrada no solo só depois de 400 anos. Ele virou vilão do meio ambiente, porque vai parar nos oceanos, asfixia golfinhos e tartarugas marinhas. Há uma ilha de plástico no meio do Oceano Pacífico. Ela tem uma área duas vezes maior do que a dos Estados Unidos. As sacolinhas chegam ali com as correntes marítimas.
O de milho
Este é o plástico do momento, recomendado pelo governo e adotado por alguns supermercados. Ele é feito à base de amido de milho, uma matéria-prima renovável e biodegradável. Na teoria, vira adubo quando enterrado. Mas, na prática, seu descarte é mais complicado. Precisa ser mandado para aterros específicos (com microorganismos especiais, luz, temperatura e reator adequados) para garantir a decomposição em um prazo máximo de 180 dias.
O reciclado
Uma alternativa ao plástico de petróleo é a sacola reciclada, feita a partir de materiais plásticos recicláveis. Sua vantagem é que ele não usa mais recursos não renováveis na produção. A desvantagem é no momento do descarte: ele tem os mesmos impactos ambientais do saquinho tradicional.
(Aline Ribeiro)
O plástico “verde”
É feito de cana-de-açúcar e foi desenvolvido no Brasil pela Braskem. Sua vantagem é usar uma matéria-prima que não se esgota. E captar carbono da atmosfera durante o crescimento da planta, o que teoricamente é bom para o clima do planeta. A Coca Cola colocou plástico “verde” em parte dos materiais usados para fabricar suas garrafas PET. A cana pode ser plantada em exaustão, mas tem um limite: a ampliação de seu cultivo toma terras que poderiam ser usadas para produzir alimento.
O oxidegradável
Você já deve ter ouvido falar dele. Milagrosamente, ele dissolveria com a ação do tempo. É pura propagando enganosa. Este plástico é feito a partir do petróleo e leva aditivos oxidantes que aceleram sua degradação. Ao contrário do que promete, ele não é biodegradável. Simplesmente se transforma em micro partículas. Vira pó. Seus fragmentos são carregados pelo ar. Vão parar nos rios, lagos e oceanos. Seu impacto talvez seja o maior de todos – principalmente por não ser percebido.
O de petróleo
Em sua fabricação, emite gases que contribuem para o aquecimento do planeta. Estima-se que este tipo se degrada no solo só depois de 400 anos. Ele virou vilão do meio ambiente, porque vai parar nos oceanos, asfixia golfinhos e tartarugas marinhas. Há uma ilha de plástico no meio do Oceano Pacífico. Ela tem uma área duas vezes maior do que a dos Estados Unidos. As sacolinhas chegam ali com as correntes marítimas.
O de milho
Este é o plástico do momento, recomendado pelo governo e adotado por alguns supermercados. Ele é feito à base de amido de milho, uma matéria-prima renovável e biodegradável. Na teoria, vira adubo quando enterrado. Mas, na prática, seu descarte é mais complicado. Precisa ser mandado para aterros específicos (com microorganismos especiais, luz, temperatura e reator adequados) para garantir a decomposição em um prazo máximo de 180 dias.
O reciclado
Uma alternativa ao plástico de petróleo é a sacola reciclada, feita a partir de materiais plásticos recicláveis. Sua vantagem é que ele não usa mais recursos não renováveis na produção. A desvantagem é no momento do descarte: ele tem os mesmos impactos ambientais do saquinho tradicional.
(Aline Ribeiro)
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